domingo, 2 de setembro de 2012

 
 
 
A Garrafa de Vinho
 
Diante do extraordinário o maior bem que uma esposa pode ter é um marido compreensivo, compassivo e cansado. Erasmo chegou às dezoito horas, como todo dia após o trabalho. Encontrou a pia cheia de lousas sujas e uma garrafa de vinho aberta. Ouviu barulhos vindos do quarto do casal. Chegou à porta e deparou-se com sua esposa de camisola:

- Porque você está vestida desse jeito, já está com sono há essa hora?

- É eu estava tirando um cochilo depois do almoço.

- Mas já é o princípio da noite mulher. A pia esta cheia de pratos sujos. E porque abriu a garrafa de vinho, deu prá beber agora?

- Bebi só uma taça.

- Quase uma garrafa!

- Ora, eu não posso beber um pouquinho agora?

- Pode o fígado é seu. Mas é segunda feira ainda.

- E você não tinha reunião hoje depois do trabalho!

- A reunião é na quarta feira mulher, como você é esquecida!

- A é? Mas que memória de bactéria!

- Ta certa! Acorde, tome um banho, que hoje estou com vontade!

- Como assim com vontade?

- Com vontade mulher. Com vontade de pimbá!

- Mas você não ta cansado?

- Que manê cansado! Eu estou é com a corda toda!

- E a sua coluna não está doendo?

- Eu tô é ficando broxa com tanta pergunta!

- Então vamos deixar para outro dia que eu é que estou morrendo de cansada.

- Perai, como cansada, você acordou agora, dormiu a tarde toda, você esta doente?

- Pensando bem, eu não estou me sentido bem!

- Eu coloquei a caixa de remédios no armário, deixa que eu pego.

- Eu acho que vou desmaiar!

- Meu docinho de rapadura, o que eu faço para você ficar boa?

- Não se aproxime desse armário! Só a idéia, de ver essa caixa de remédios, me deixa mais doente.

Erasmo sorrindo e feliz pegou a esposa pela mão e pediu a ela um pouco de vinho que sobrou na garrafa, e foram para a cozinha. E no fundo do quarto, surge o sobrenatural. Dentro do guarda roupas, uma visão estranha, uma criatura diferente, abria a porta.

 

 

 

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